Quando estamos em viagem no estrangeiro, não temos nesses países antenas do nosso fornecedor de serviços em Portugal. Assim, os nossos telemóveis têm de comunicar recorrendo às antenas dos operadores desses países, e esses operadores fazem-se pagar pela utilização das suas redes. É a isso que se chama roaming: estar a comunicar através das redes e outros operadores, que depois encaminham as chamadas para o nosso fornecedor local e cobram esse serviço.
Europa
Desde 15 de junho de 2017, após anos de negociações e de alguma resistência por parte do sector das telecomunicações, as comunicações moveis na União Europeia deixaram de ser um problema, uma vez que o 'roaming' passou a ter os preços locais do país de origem. Ou seja, pagamos o mesmo, tanto por chamadas telefónicas como por acesso à Internet do que pagaríamos se estivéssemos em Portugal.
Assim, podemos fazer é receber chamadas, e basta mantermos os dados móveis ligados nesses países e o problema da Internet está também resolvido.
O mesmo acontece se viajarmos no Espaço Económico Europeu, que inclui países como o Liechtenstein, Noruega, Islândia, Gibraltar e, por exemplo, Reunião e Caraíbas Francesas.
No entanto, não se esqueçam que União Europeia não é Europa! A Suíça, Andorra e o Mónaco não fazem parte da UE e aí os custos do roaming são elevados. E, portanto, aí temos de ir à procura de outras soluções...
Por outro lado, apesar de ter saído da UE, o Reino Unido aderiu a este acordo europeu, e o roaming aí tem também os mesmos custos que em Portugal.
Notem, no entanto, que, apesar de os custos serem os mesmos que em Portugal, continuam sujeitos aos limites do vosso contrato. Por exemplo, se excederem o limite de dados previsto no vosso pacote, serão faturados pelos dados consumidos adicionalmente...
O artigo seguinte faz uma boa descrição da situação atual: tek.sapo.pt/noticias/telecomunicacoes/artigos/roam-like-at-home-tarifas-de-roaming-na-uniao-europeia-acabaram-ha-8-anos-o-que-mudou
Fora da Europa
E fora da UE e Reino Unido? Aí, a maioria de nós desliga os dados móveis, para não aceder à Internet, desliga também o roaming, para não se distrair e fazer ou atender chamadas ou enviar SMS, e usamos a internet apenas quando chegamos ao hotel, ou estamos nalgum outro lugar público com Wi-Fi grátis.
Pacotes de roaming internacional (dos operadores nacionais)
Outra alternativa é contratar um pacote de Roaming internacional com o vosso operador local. Tanto quanto sei, apenas a MEO e a Vodafone têm ofertas desse tipo.
Cartões SIM de operadores locais (do país destino)
Claro que existe outra possibilidade: uma vez chegados ao país destino, comprarmos localmente um pacote de comunicações de um operador local. Adquirimos um cartão SIM desse operador, substituímos o nosso cartão SIM por esse (alguns telemóveis, poucos, permitem ter 2 SIM simultaneamente), e passamos a usar esse cartão. Mas, convenhamos, é pouco prático termos de ir à procura de uma loja local de telecomunicações para tratar disso…
A solução eSIM
Felizmente, hoje existe outra solução: o eSIM, suportados por muitos telemóveis mais recentes. O eSIM é um 'cartão SIM virtual' eletrónico, que se carrega no telemóvel por configuração, e não fisicamente. Esse cartão eSIM pode ser contratado e configurado antecipadamente, antes da viagem, e é ativado quando da primeira utilização quando se chega ao destino. A boa notícia, para além da facilidade, é que é *muito barato*. Por exemplo, comunicações Internet para 1 semana, com 1 GB de dados, custa menos de 5€. 2 semanas, com 2 GB, menos de 10€. Só permitem acesso à Internet, não fazer chamadas ou enviar SMS, mas temos o WhatsApp (e outros programas) para isso.
Tenho usado estes serviços recentemente e são muito práticos. Tenho que confessar que, por vezes, a configuração não é à primeira (penso que nos iPhone é mais automático, porque o IOS é sempre igual, enquanto que nos Android as configurações são sempre um pouco diferentes duns para os outros), e nesses casos é preciso contactar a linha de apoio deles mas, depois de configurado, é uma solução excelente e barata.
Deixo-vos com outro artigo interessante da DECO, apenas com uma imprecisão: um eSIM não se compra no destino, como dizem no artigo, mas sim antes de chegar ao país destino, normalmente ainda no nosso país...
Sem comentários:
Enviar um comentário